By Dario Sanches from São Paulo, Brazil - AZULÃO Cyanoloxia brissonii )
Uploaded by Snowmanradio, CC BY-SA 2.0, https://commons.wikimedia.org/w/index.php?curid=12279614
Antonio
Rocha
Este aprendiz de escriba que vos fala, através das letras, no fim
de semana que coincidiu com o “Dia dos Pais” foi para a região serrana do RJ e
cheguei à aprazível cidade de Nova Friburgo, originalmente colonizada por alemães.
Hoje, disse-me um taxista, beira os duzentos mil habitantes. Está
bem cuidada (pelo menos, pelo centro, por onde andei). Está limpa. O teleférico
que caiu em 2011, naquela triste chuvarada já está funcionando a pleno vapor e
de lá se descortina belo visual.
O título da crônica é em homenagem aos azulões, família de
passarinhos que rondavam os jardins da pousada onde estávamos. Supostamente
azulões, penso. Bem que eu gostaria de aumentar os meus conhecimentos em
Ornitologia... mas nem sempre é possível.
Foi no café da manhã, de sábado, que contemplamos a referida
família banhando-se no chafariz ao ar livre que estava próximo ao refeitório
onde saboreávamos suculento café com leite. Lá fora, na madrugada fizera nove graus... e eu, um pernambucano friorento, imaginava aquela água fria, gélida,
quem sabe, e os “meus” simpáticos pássaros curtindo as ondas provocadas pela
queda d´água.
Observei que nos outros dias eles não voltaram, assim não posso
dizer se banharam-se novamente, entretanto... apegos vários me trouxeram de
volta ao Rio, assim deduzo que, no inverno o banho deve ser sabatino.
Me fez lembrar de outra crônica que publiquei neste importante
blog do Mano, onde falei de um casal de João-de-Barro que construía o ninho de
segunda à sábado e no domingo descansavam. Então pensei que os meus amigos
azulões pontificavam o chafariz aos sábados.
O interessante é que os outros passarinhos como pardais e demais
deixaram a “piscina” só para a citada família.
A Natureza é realmente linda e misteriosa, lamento não poder
conversar com os amigos voadores azulões...
Continuando o fim de semana, uma senhora, na rua, nos diz que ama
Nova Friburgo: a criminalidade é mínima, o número de desempregados é ínfimo e a
maioria das casas confirmei que têm os muros baixos, nada de altitudes tipo
aquelas fortalezas cercadas com arame farpado eletrificado.
A Economia da cidade gira em torno de “peças íntimas”. Em
determinada época do ano tem uma das maiores feiras brasileiras do setor. E até
vi roupas fabricadas com fibras de bambu... incluindo calças compridas e
camisas ...
Foi o fim de semana do Festival de Inverno local. No dia 12, a abertura foi com o
cantor e compositor Lenine e sua Banda. Quadra Poliesportiva do SESC lotada e
apesar do frio as músicas e o público ajudaram a esquentar o ambiente. Perto,
ardia um fogueira que foi até bem tarde da noite.
No dia seguinte, a peça Galileu Galilei, maravilhosa para se ver,
rever, sempre que possível. Pelas manhãs e às tardes, atividades para crianças,
danças, exposição de artes plásticas, literaturas, contações de histórias
múltiplas...
Procurei saber como sempre faço, quando chego a uma localidade.
Perguntei quem era o “padroeiro” e uma senhora me disse feliz: “São João
Batista”. Eu e minha esposa fomos até à Matriz: fizemos reverências budistas
respeitosas ao Santo e pedimos permissão para adentrar e passear pelo
Município.
É bom ser ecumênico, interreligioso. Lá em cima, eles, de diversas
religiões e filosofias confraternizam-se amigavelmente. Aqui por baixo, belo
dia, será assim!
Meu caro Rocha,
ResponderExcluirEssas crônicas me encantam, principalmente quando abordam o dia a dia, e observações que fazemos em certos momentos.
Parabéns, mais uma vez, pelas lições que nessas palavras estão contidas, de admiração à Natureza e porque dela fazemos parte, inclusive somos a espécie mais frágil, apesar de sermos animais racionais agindo muitas vezes irracionalmente, por mais contraditório e paradoxal que seja!
Um forte abraço.
Saúde e Paz!
Obrigado Bendl,
ResponderExcluirMe lembrei que, quando solteiro, fiz parte de uma Banda. Eu tocava percussão "de ouvido". Convidados pela Prefeitura nos apresentamos lá no Teatro da Cidade de Nova Friburgo, isso, quarenta anos atrás... os dois outros componentes da Banda eram alunos da Escola de Música da UFRJ; eu da Letras e o cantor-líder já era semi-profissional, mas ... a vida me levou para as Literaturas ...
Belo post, Antônio.Eu também procuro ler sobre todas as religiões.Afinal , não importam as fontes, a canção nem as estradas mas que nelas os pássaros continuem de asas e determinados a voar.
ResponderExcluirAbração